Alminhas
As Alminhas são na sua generalidade pequenos e singelos monumentos de piedade religiosa erguidos nos montes e vales, nos povoados e caminhos, nas encruzilhadas e solidões, colocadas em fervor de alguém que aí faleceu e cuja alma repousa no purgatório. Quem quer que por aí passe estas solicitam um "Pai Nosso" ou uma "Avé Maria" para auxílio da salvação da sua alma. — "Ó Vós que ides passando, lembrai-vos de nós que estamos penando".
Padrões de culto dos mortos, de madeira, lata, azulejos e normalmente na pedra fundeira dos nichos se pintam os painéis das alminhas. Em memória de um santo devoto ou um Cristo de espinhos, prova a humildade e aa igualdade de qualquer mortal perante Deus.
Estas humildes memórias de piedade têm, portanto considerável valor etnográfico, porque neles actua o ingénuo sentido artístico do povo Português.
Sobre a sua origem, podemos remontar ao neolítico, onde os homens colocavam armas sobre as sepulturas. Na época dos Romanos os Lares eram divindades rurais, protectoras de searas e agricultores, por isso nos caminhos e nas encruzilhas se fixavam (Lares Viales e Lares Compitales). O cristianismo, decerto, aproveitou vários costumes pagãos, sobre novos emblemas e invocações; as alminhas porém, não servem de protecção e não servem de guia a caminheiros que imploram orações.
Modestos ou de extraordinário valor arquitectónico, á semelhança de todo o País, estes são abundantes no Concelho de Trancoso. Por vezes, pela sua afinidade, torna-se difícil de os distinguir das alminhas no seu contexto religioso. Todavia nem sempre esta causa determinou a sua construção, pois muitos serviram para comemorar factos notáveis, principalmente os construídos em 1940 (comemoração dos centenários da Fundação e Restauração de Portugal), como é o caso das freguesias de Cogula, Fiães, Freches, e Feital. Em regra não oferecem grande valor histórico ou artístico; contudo, alguns deles constituem boas obras, bem desenhadas e esculpidas; outros ostentam inscrições, mensagens ou versos. Marco da nossa história que remonta ao tempo do Imperador Constantino, que converteu-se no símbolo do cristianismo, da redenção humana pelo sacrifício de Cristo.
Cruzeiros
Outros monumentos de ordem religiosa
Aqui incluímos os que não consideramos como Cruzeiros ou alminhas; Calvários, Vias Sacras e outros construídos recentemente em mármore e de gosto duvidoso.