A Associação de Protecção da Natureza do Concelho de Trancoso é uma Organização Não Governamental de Ambiente, criada em 14 de Fevereiro de 1989. O seu enquadramento legal na Lei 10/87 de 4 de Abril permitiu-lhe ser reconhecida como Associação de Defesa do Ambiente, e o direito de participação junto da administração central, regional e local, em matérias que digam respeito ao ambiente, conservação da natureza, património natural e construído e ordenamento do território, tendo em vista a promoção do direito a um ambiente humano, sadio e ecologicamente equilibrado.

O apelo à natureza lembra o apelo à tradição. As primeiras actividades desenvolvidas prendem-se com a necessidade de conhecer ou partir à procura de uma identidade cultural. E porque “Uma Terra desconhecida nunca será uma terra amada” começámos por desenvolver acções de preservação do património cultural através de trabalhos de levantamento e estudo desse património do concelho de Trancoso (rezas, lendas, provérbios, histórias, canções, quadras e medicina popular).
Em simultâneo foi feito o levantamento de património construído. Um dos trabalhos mais emblemáticos, o levantamento fotográfico e limpeza dos “Cruzeiros e Alminhas”, em que se pretendeu divulgar e valorizar monumentos (modestos ou de extraordinário valor arquitectónico) com considerável valor etnográfico, neles actua o ingénuo sentido artístico do povo português.
Ao recebermos este património valioso do conhecimento estamos certamente a dar passos importantes no desenvolvimento. Estas acções realizadas maioritariamente por jovens foram o mote para uma cada vez maior adesão de jovens às nossas causas associativas, integrando os valores próprios da Juventude, de lutar por um mundo melhor, na protecção e conservação da natureza e na promoção de hábitos de vida saudáveis. O reconhecimento como Associação Juvenil viria a dar o impulso necessário para uma maior promoção e projecção da Associação.
Múltiplas actividades de cariz juvenil, integradas em Programas do Instituto Português da Juventude, foram realizadas: desde os Campos de trabalho e de férias, à Ocupação dos Tempos Livres, até aos Intercâmbios Internacionais. Destaque merece a acção de acolhimento de animadores juvenis de vários países da União Europeia (Espanha, França, Alemanha, Inglaterra, Dinamarca, Bélgica, Itália, Suécia, Portugal), subordinada ao tema “Mutações do Mundo Rural”, integrada no Programa “Juventude para a Europa” que organizámos. A par dos trabalhos profícuos de intercâmbio e do seu enriquecimento, foram divulgadas várias potencialidades regionais (desde o património natural ao construído, o artesanato, as feiras, a gastronomia, o turismo rural, etc.).

Serviço Voluntário Europeu (ano 2000)
Dois jovens (1 Francês e 1 Belga), com o objectivo de enriquecimento cultural e cívico, desenvolveram para a Associação durante 6 meses, trabalhos de levantamento e inventariação dos moinhos de água do concelho de Trancoso e de criação de um guia das árvores do Parque Municipal de Trancoso.

A Educação Ambiental e a Formação Profissional
Na segunda metade da década de noventa do século passado foram implementadas acções de Educação Ambiental nas Escolas Primárias do concelho de Trancoso, tentando despertar a consciência de que todos somos parte do meio ambiente, e de que todos temos o direito de o conhecer e o dever de o preservar.         
Em 2006 através do Programa AGRO–Formação proporcionámos formação a 28 Agricultores em duas Acções de Formação: Protecção e Gestão da Floresta e Conservação da Natureza e Defesa do Meio Ambiente. Os estudos e publicações e outras actividades de sensibilização ambiental: Campanha “Limpar o Mundo, Limpar Portugal”; colocação de ninhos artificiais para aves; comemorações do dia da floresta; cursos de Iniciação à Ornitologia e de Iniciação ao Estudo das Plantas Autóctones, plantações de árvores; concursos de fotografia;
 

Actividades desportivas e lúdicas

Passeios de BTT, passeios pedestres; passeios equestres, foram realizadas por jovens, eles próprios um bom canal de difusão de boas práticas, que promoveram e dignificaram a Associação. Ainda, as intervenções públicas sobre poluição do rio Távora, o abate de árvores e sobre passivos ambientais das pedreiras. O caminho trilhado até aqui permite-nos concluir que a Visão inicial estava correcta, cumprimos na íntegra a defesa do ambiente, do património natural e construído, a conservação da natureza e a promoção da qualidade de vida. Actualmente, a sociedade já assimilou alguns valores da Educação e Sensibilização Ambiental e a valorização do Património Natural, do Património Cultural material e imaterial, e a necessidade da sua preservação e divulgação.
A Linha orientadora futura deve prosseguir o trabalho realizado aprofundando-o.