Sobre o Parque
«que o terreno situado entre a pedra do Eco e o tapado, sito no campo desta vila, que se acha vedado com vala, seja destinado para nele se estabelecer um viveiro (daí o nome porque também é conhecido) municipal, onde se semearão todas as árvores cuja cultura for compatível com este clima, a fim de ser utilizado na arborização das estradas municipais, ruas, largos desta vila e nas povoações do concelho»
Acordão Municipal, 26 de Janeiro de 1886
Assim nasce em finais do século XIX um dos maiores espaços arborizados do concelho de Trancoso. A informação constante no supracitado acordão permite-nos perceber a importância deste espaço na arborização de todo o concelho assim como da antiguidade de muitos dos seus espécimes. A relevância deste espaço não se fica por aqui, uma vez que, para além de permitir abrigar a vila dos ventos gélidos, contribui para o embelezamento dos terrenos adjacentes à vila.
Em 1893 procedeu-se ao seu povoamento com várias espécies, sendo o recinto posteriormente vedado com uma sebe. Em 1896, por acordo com a Câmara Municipal de Trancoso, a Direcção das Obras Públicas passa a administrar o espaço do Parque Municipal, informação constante em acta de 24 de Janeiro desse mesmo ano. Nos anos posteriores é construído o muro de pedra que circunda o recinto e os portões que permitem o acesso ao espaço arborizado.
A 14 de Junho de 1911 foram mandadas colocar as cunhas e o portão na parede do Parque Municipal contigua à estrada, ficando o Vereador Costa Lima encarregue de dirigir os trabalhos e adquirir o material necessário. Cerca de três meses depois, a 16 de Setembro, foi concluído por arrematação ou ajuste o muro de vedação do Parque Municipal, prolongando em linha recta até à estrada da Fonte da Vide e deixando lugar para um portão no sítio onde se encontra a rua do parque perpendicular ao dito muro. Iniciou-se também a construção de um viveiro por meio de sementeira ao fundo do Parque Municipal, no chão da fonte, a fim de a Câmara Municipal ter abundância de árvores para plantação.