top of page

Canção do linho

Linho fresco florindo

Bendita flor por nosso amor

Abrindo

Virtuosa flor!

Cresce, floresce na paz

Do senhor.

E fiado serás

E alvo como a tua alma ficarás

Alvo ou trigueiro

Que rico cheiro.

 

E fiado serás

Eu alvo como a tua alma ficarás

E na lareira

Canta a fogueira.

 

E fiado serás

E os nuzinhos, piedoso, vestirás

Linho dos nus

É sol, é luz.

 

E fiado serás

E com frescuras as chagas cobrirás

Santa frescura

Consola e cura!

 

E fiado serás

E melhor que as rosas cheirarás

Que perfumado

Cheira a lavado.

 

E fiado serás

E bendito por Deus sempre serás

Ó flor de amor

Honesta flor por nosso amor.

Quadra

Semeei na minha horta

Alfacinhas às mãos cheias

Tanto custaram a Deus

As bonitas como as feias.

 

Ao passar do Ribeirinho

Água chove e água desce

Dei a mão ao meu amor

Não quis que ninguém soubesse.

 

Ao passar do ribeirinho

Quebrei a minha viola

Apanhei os cavaquinhos

Mandei fazer outra nova.

 

Quando eu nasci chorava

Com pena de ter nascido

Parece que eu adivinhava

Que o mundo estava perdido.

 

A mulher e a galinha

São dois seres interesseiros

A galinha pelo milho

As mulheres pelo dinheiro.

 

Quadra

Este é fado ilustrado

Como este não há nenhum

Criado no Feital

Parece o fado do trinta e um.

 

Para cantar o fado

Não é preciso talento

Mas é preciso ter chorado

Para cantar com sentimento.

Castanheiro se, ouriços

Que castanhas pode dar

Homem pobre sem dinheiro

Que amores pode tomar.

 

Eu hei-de ir para o Brasil

Já Portugal me aborrece

Eu já tenho no Brasil

Quem por mim penas padece.

 

No mar governa a baleia

Na terra o tabelião

Eu também já governei

No teu leal coração.

Canção da Aldeia

Ó Póvoa, ó linda Póvoa

Que foste berço deste

Lindo Portugal

Tu és nos esta verdade

Pois tens de entrar

Ser nobre e ser leal.

 

Ó <Póvoa, rifão antigo

Faz-me lembrar as tuas

Nobres tradições.

 

Ó Póvoa, rifão antigo

E minha velha amiga

Com o teu bairrismo

Conquistas os cor5ações.

 

Refrão

Aldeia, nobre, trabalhadora

Do rico ao pobre, és a

Mais fiel senhora.

 

Da boca da tua gente saem

Canções de poetasconsagrados

Em cada coração sente

O terno amor do teu tempo

Já passado.

 

É desde o romper da aurora

Que tu enfrentas a tua

Luta leal e assim vais pela

Vida fora e ali sezando

A tua história milionária.

 

 

Quadra

Santa Teresa de Jesus

Foi ao inferno em vida

Veio toda admirada

De ver tanta alma perdida.

 

São João era bom homem

Se não fora tão velhaco

Iam as moças à fonte

Iam duas vinham quatro.

 

Oh meu São João Batista

Oh meu santo marinheiro

Eu hei-de ir convosco

Lá para o Rio de Janeiro.

 

Bate padeirinha

Bate linda amada

Bate padeirinha

Acerta na pancada.

Semeei na minha horta

Os cacos de uma caneca

Nascei-me uma burra russa

A tocar numa rabeca.

 

António olha a Rola

Antoninho olha a rola

No telhado da igreja

Ai não há tiro que a mate

Ai nem caçador que a veja.

 

Antoninho olha a rola

Olha a rola coitadinha

Ai quem quiser namorar a rola

Ai vai lá abaixo à cozinha.

 

Vai lá abaixo à cozinha

E ao quarto d´onde ela dorme

E oh que baile tão acertado

Vira-te oh cravo, vira-te oh rosa.

 

Se eu aqui morrera

Depois da palavra dada

Ai nem a terra me comia

Ai nem o amor me cá deixava.

 

N´algum tempo era eu

Raminho d´andar na mão

Ai agora sou a vassoura,

Com que você varre o chão.

© 2018 por Associação de Protecção da Natureza do Concelho de Trancoso

Casa do Parque - Apartado 43  - 6420-909 Trancoso | apnct@sapo.pt | T. 271 811 399 

bottom of page